"Máfias" e Equipes

Mas, afinal de contas, o que são essas tão faladas "máfias", e por que são tão detestáveis?
Se você conhece um músico, e quando trabalha com ele, percebe que, além da competência, tem uma boa postura profissional e pessoal na sua conduta, existe uma certa lógica em continuar chamando-o para seus próximos trabalhos, certo? Por esse raciocínio, todos os músicos que conheço seriam então "mafiosos". Então, chego a conclusão de que essa é uma abordagem errada do assunto, e gostaria de propor uma alternativa.
Na minha opinião, existem equipes de trabalho e "máfias". A diferença entre as duas é, basicamente, de ordem ética. Porque os dois grupos gostam de trabalhar com seus times de músicos, com os quais sabem que podem contar.
Tenho o privilégio de trabalhar com pessoas extremamente éticas, e isso às vezes implica em ouvir que elas gostariam de me chamar, mas que o "dono da bola" pediu para chamar um outro baixista. E tudo bem, ninguém morre por causa disso, na próxima estamos juntos, e fico feliz por saber que tudo foi bem naquela gravação.
A "máfia", porém, age de outra maneira. Já ouvi (e presenciei) histórias incríveis sobre times prontos para substituir o grupo que está gravando um trabalho, porque o produtor / arranjador queria colocar sua "máfia" no trabalho. Ou o músico da banda que foi gravar com o artista que trabalhava, e os músicos da "máfia" começaram a fazer comentários sobre a sua execução, e a colocar "pulgas na orelha" do artista, até o ponto em que o cara não conseguia tocar.
Então, fica a separação entre equipe e "máfia": ética, respeito e postura profissional correta.
Abraço,
Claudio
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