Que Falta Faz Uma Colcheia

Dessa vez conseguimos fazer um ensaio durante a semana e tudo transcorreu bem, na medida do possível. Digo na medida do possível porque o baterista não lia partitura. Ou seja, tudo que fosse combinado no ensaio ficaria guardado nas nossas "parts", e na memória dele: convenções, introduções, etc.
Começamos a tocar, e tudo transcorria bem, até chegarmos a uma determinada música. Simples e bonita, do Milton Nascimento. O combinado era o violão fazer a primeira parte com a voz, e a banda entrar na segunda vez. Ficamos esperando nossa deixa e entramos.
Aí aconteceu...
O baterista entendeu que a música começava uma colcheia antes...
A banda entrou, e imediatamente aquela sensação de tontura tomou conta. A música virou uma complicada mistura de melodias sincopadas e acordes antecipados. Olhamos para o baterista, que estava totalmente perdido. Alguém tentou ajudar, dando o tempo "1" do compasso, e nada. Passamos uma parte da música tentando arrumar a coisa, mas parecia que não fazia sentido na cabeça do cara. Fiasco à vista: será que vamos ter de parar ou ficar tentando nos equilibrar?
Até que, quase por milagre, o baterista conseguiu arrumar a casa, depois de muito sofrimento, e conseguimos terminar todos juntos.
Acho inacreditável que isso aconteça ainda hoje nesse nível de trabalho, mas... aconteceu...
Quem mandou não estudar leitura? Tava tudo lá!
Abraço,
Claudio
Comentários
Abraçõ, Marcos.
Na verdade isso depende da tarimba de cada um. Um músico mais velhaco, se errasse, tentaria dar a entender que é parte do arranjo. Provavelmente pararia ou faria um "clima" no instrumento, até pegar o jeito certo, e começar pra valer. Com aquela cara de que nada estranho aconteceu, rsrsrsr.
Abração!
Claudião