Técnica Pra Que???

A gravação era daquelas muito, mas muito simples. Baladas, boleros, músicas com linhas de baixo com poucas notas, pouquíssimas frases, mais funcionais impossível.
Quando olho para o meu amigo, vejo aquele olhar desapontado, do tipo: "o que eu vim fazer aqui?"
No fim da gravação, ele me pergunta: "cara, por que eu preciso estudar técnica, se na hora de gravar é tudo tão fácil, tão simples?"
Essa pergunta é muito pertinente. Pra que gastar horas estudando escalas, digitação, velocidade, se na hora "H" você não usa nada disso?
A reposta me foi dada vários anos antes por meu professor de baixo. E era a seguinte: "nunca toque no seu limite". Quanto mais confortável e "com folga" você tocar, melhor.
Quando você toca no seu limite técnico, as coisas podem ficar um pouco complicadas. Uma linha um pouco mais complexa pode começar bem e terminar mal, por causa de falta de resistência, por exemplo. Uma frase relativamente simples pode começar a ser executada com "sujeira" como trastejados, interrupções entre as notas, ataque oscilante, por causa da falta de preparo em executá-la. Isso tudo aliado ao fato de, em uma gravação, você ainda ter que se preocupar em ler a partitura e tocar com o metrônomo.
Todas essas coisas são resolvidas com estudos direcionados de técnica: mecanismo, digitação, resistência, etc. Não existe atalho, mas o esforço é recompensado em começar a tocar uma boa parte dos trabalhos com "o pé nas costas". Quanto mais fácil, melhor, com mais confiança o músico pode tocar. É só observar os grandes músicos tocando, não estão preocupados em acertar as notas ou frases, parece que isso tudo sai naturalmente deles. Mas não se engane, isso é resultado de muito estudo...
Abraço,
Claudio
Comentários
Legal esse artigo vou divulgar!!!