Aprendendo

Sempre gostei de ouvir a opinião dos técnicos de som, como eles timbram o baixo, quais frequências acham bacanas, e nessa semana aprendi uma lição das melhores.
Ao longo dos anos, acostumei a ligar meu rack em uma certa ordem: pré, equalizador e compressor. Até a última 2ª feira, quando fui gravar no Flautim.
O Fausto Nobile, técnico do estúdio, estava falando sobre meu compressor, o Dbx 160. Disse que ele era espetacular, mas tinha um problema. De 70Hz para baixo, ele comprimia demais, o que acabava resultando em uma perda de subgraves.
Ouvi tudo aquilo com uma certa desconfiança, já que nunca tinha sentido grandes problemas com relação a isso.
Até que ele me diz:
"Então, vamos passar o som do baixo, ok? Pode tocar."
Fiquei tocando, e depois de um tempo ele me chama para ir ouvir na sala técnica.
Foi aí que tudo aconteceu.
"Claudião, dá uma olhada aqui no analisador de espectro."
Impressionante.
Nas regiões mais graves, não havia modulação. De 80Hz para cima, tudo mexia, mas, para baixo, estava quase estático, como se tivessem colocado uma camisa-de-força nos graves.
No dia seguinte, fui gravar em outro estúdio.
Antes de começar, resolvi mudar a ordem: pré, compressor e equalizador.
No meio da gravação, o produtor me diz:
"Cara, que som de baixo é esse?"
"Então, mudei a ordem dos equipamentos aqui", respondi. "Tá ruim?"
"Não, pelo contrário. Esse foi o melhor som de baixo que já tiramos aqui no estúdio."
Então, às vezes a ordem dos fatores altera o produto.
Abraço,
Claudio

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