Procurando o Som

"Contrabaixo diz respeito a timbre e precisão. E não a frases" (Pete Anderson)

Falar sobre timbre é um dos meus assuntos prediletos. Me fascina a percepção que alguns músicos têm de que som seu instrumento deve ter em determinada música, e como ele pode afetar o arranjo e resultado final. Assim como me encanta o fato de alguns timbres serem como assinatura de um músico, como o som de baixo do James Jamerson ou Marcus Miller, por exemplo.

Como músico de estúdio, já nem lembro mais quantas vezes investi um tempo para pesquisar timbres, buscando chegar naquilo que estava ouvindo, anotando as regulagens de equalização, configuração de captadores, e até onde a mão direita deveria se posicionar.

Ainda assim, vejo hoje que uma grande parte dos baixistas está tão preocupada com técnica, que acaba deixando essa questão em segundo plano.

A música é um meio dinâmico, e nossa função é acompanhá-la. Cansei de ouvir trabalhos de músicos excepcionais que não tinham nenhum cuidado com timbre, apenas com a execução impecável. O resultado não é necessariamente ruim, mas poderia ser melhor. Uma balada muitas vezes pede um timbre diferente de um groove, e o músico deve buscar o domínio dessa arte à parte. Falando como baixista, usar um timbre como do Jaco Pastorius é bacana, mas não serve para todas as situações, e muitas vezes acaba se tornando um limitador.

Como é sua abordagem ao estudar uma música? Você se preocupa apenas em decorar as notas ou, além disso, busca aquele som do instrumento? Se faz apenas a primeira parte, despreza uma parte do material que é tão importante quanto a execução.

Você pode argumentar que o mercado de música no Brasil não tem grandes exigências quanto a variedade de timbres, se você tem um som bonito de instrumento isso já é suficiente. Na minha humilde opinião, essa é uma visão limitadora. Ou seja, saiba se adequar aos padrões do mercado, mas procure sempre ir além, até porque os padrões foram feitos para serem quebrados, e nessas horas ter o máximo de opções "na manga" pode ser o seu diferencial.

Como sempre, sugestões, críticas e opiniões são sempre bem vindas.

Abraço,

Claudio

Comentários

Ótima materia Claudião!
Eu não sou musico profissional, mas me preocupo muito com o timbre do meu baixo. Como toco em igreja, tocamos muitas musicas com arranjos e estilos variados e muitas vezes pedem uma "trimbragem" diferente. Dentro dos recursos tecnológicos(amp/pedais) que tenho em mãos procuro timbrar o baixo de forma a soar de uma forma que sempre faça com que a musica fique mais bonita, nem sempre procuro o timbre do baixista que gravou a musica, mas dentro das minhas preferencias procuro variar de acordo como que a musica pede.

Abraços,

William Fortunato
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