Um Mundo À Parte

Pegando carona na mensagem anterior, queria falar um pouco sobre minha atuação no mercado sertanejo.
Tudo aconteceu no fim de 2001, quando o produtor Mario Campanha precisou de um baixista para uma gravação. Ele perguntou para os músicos que trabalhavam com ele e o Marinho Brazil, meu "cumpadi", respondeu: "conheço um baixista legal, mas que não conhece nada de sertanejo raiz". Como é conhecido em nossos dias, a música sertaneja moderna é uma mescla de música pop com sertanejo tradicional, principalmente a famosa abertura de vozes em 3ª.
O Mario me chamou e gravei com ele. Depois de alguns meses, me chamou de novo, e lá fui eu. A gravação estava cheia de músicas sertanejas de raiz e ele, como um professor paciente, me dizia: "agora nós vamos gravar um Cururú, a levada assim", e tocava a linha do baixo no violão. Eu fazia aquela cara de "está tudo bem", corria para a sala de gravação, tocava, e anotava tudo em um caderno pautado. Dessa maneira aprendi um mundo novo em estilos e ritmos: Cururú, Chamamé, Rasqueado, Uapango, Rastapé, Polca, Vanerão, Querumano, etc.
Alguns desses estilos têm uma "levada" de baixo muito parecida, porque a diferenciação acontece no violão ou viola. Outras são muito simples de executar, mas de uma precisão absurda, onde o andamento é bem lento e precisamos estar atentos para não correr.
Esse é um universo à parte, muitas vezes subestimado por aqueles que não o conhecem, mas que ainda tem muito a ensinar.
Abraço,
Claudio