Uma Nova Experiência
Todos os músicos que iriam participar da gravação receberam um e-mail, dizendo que seria um CD pop. Separei meu equipamento para levar, com a velha filosofia em mente: "melhor sobrar do que faltar". Coloquei os baixos, pedais, simuladores, tudo no carro, pensando que provavelmente muito pouco seria usado.
Mas, chegando no estúdio, vem a notícia: "a Dani mandou as referências para os arranjos, e é só música eletrônica, dance, house, techno, etc. Tem um synth bass nas músicas, então a gente vai quebrar um pouco a cabeça para somar com o baixo tocado."
Preciso confessar que é uma experiência estranha ouvir a base a ser gravada, e ouvir o baixo tocando, sabendo que ele não será tirado para eu tocar. Em um primeiro momento, pensei que talvez a melhor coisa fosse desligar as coisas e voltar para casa. Mas lembrei de uma música da Katy Perry que tive que tocar em um show, com o synth bass e o baixo real tocando juntos. E uma palavra do Roger (produtor) me animou por completo: "sabe aquele teste que você faz com os pedais na passagem de som, e depois desliga tudo para fazer o show? Hoje você pode deixar tudo ligado."
Com certeza, foi o trabalho com som de baixo mais processado que já fiz: drives, filtros, oitavadores, etc, tudo passando por simuladores de amps e indo para o rack, onde eram comprimidos e equalizados. Em alguns momentos, parecia o Fred Astaire, sapateando em cima dos pedais: intro com oitavador, parte A desliga oitavador e aperta filtro wah, e por aí vai. E em alguns momentos parava de tocar, deixando a linha do synth bass tomar conta da música, e voltando na parte B.
Adorei a experiência. A maneira de me colocar na música foi um desafio de pesquisar timbres, precisão de tocar com uma linha quantizada, leitura e linguagem. Gravamos metade do CD, e mal posso esperar para chegar a segunda parte.
O Roger me permitiu colocar as partituras para os leitores do blog darem uma olhada, então em breve estarão aqui.
Abraço,
Claudio
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