Antes, Durante ou Depois

Apesar de adorar assuntos sobre ética e filosofias de "botequim", hoje vou escrever sobre algo mais técnico: o uso de compressores. 

Me considero um músico que possui um ataque de notas razoavelmente constante, mas adotei o compressor há muito tempo, e costumo dizer que minha carreira musical é AC/DC: antes do compressor e depois do compressor.

Mais do que nivelar o ataque das notas, gosto do compressor pela sensação de "pressão" que ele dá na execução, o que acho que faz uma grande diferença no resultado final de uma gravação.

Porém, ao longo dos anos entendi que o uso do compressor é como colocar sal na comida. Se você coloca pouco, fica imperceptível. E se coloca muito, pode estragar um grande prato. Por isso, procurei sempre dar ouvido àqueles que têm uma visão muito mais ampla do trabalho, os técnicos de som. Dessa maneira, pude ir entendendo o funcionamento e dosagem do compressor, assim como o ratio de compressão a ser usada em situações específicas, como Fretless ou Slap, por exemplo.

A ordem do compressor também foi algo que os técnicos me ajudaram muito a entender. Costumava usar o compressor depois da equalização, mas percebi que alguns picos onde o compressor atuava não eram da execução em si, mas de alguma freqüência que tinha colocado no equalizador. Dessa maneira, comecei a usar a equalização depois da compressão, o que tem sido até hoje.

No entanto, o inverso se deu no pedal board. Usava o compressor no começo da fila, e os efeitos vinham em seguida, mas comecei a sentir que alguns pedais, principalmente os que respondem à intensidade do toque, como filtros auto-wah, perdiam um pouco a dinâmica, o que me fez colocar o compressor no final da fila, o que tem me agradado bastante.

Não digo que jamais irei mudar de opinião, mas essa é a maneira que tenho usado meus compressores (um Dbx 160XT no rack, e um Ed's Mod Shop Cyclops no pedal board).

Qual a melhor maneira de usar? Testando, e descobrindo o que lhe agrada mais.

Abraço,

Claudio

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