O Segredo Está Nos Médios

Uma coisa que percebi nesses anos que estou no mercado é que, no geral, os baixistas não são pessoas muito preocupadas com timbragem do seu instrumento. Muitas vezes investem em um super instrumento, encontram um timbre que acham legal e param por aí.
Perdi de conta as vezes em que cheguei para tocar em algum lugar e olho o amp do baixo: 9 entre 10 vezes, o equalizador gráfico está com o famoso "sorriso", graves e agudos para cima e médios para baixo. Isso pode funcionar muito bem se você toca no Korn, mas existe muito mais a ser explorado em nosso instrumento.
Os médios são as frequências mais negligenciadas pelos baixistas, mas deveriam ser nossos melhores amigos, pois trazem definição e muitas vezes fazem o baixo ser ouvido no meio de vários instrumentos. Às vezes achamos um timbre maravilhoso no baixo, e quando começamos a tocar, percebemos que ele acaba se perdendo no meio da banda.
O segredo está nos médios.
Uma vez, estava lendo uma entrevista com o Chuck Rainey, lendário baixista de estúdio, e ele dizia que muitas vezes o som do baixo soa estranho quando sozinho, mas faz todo sentido quando junto da banda. Estava dizendo isso com relação aos médios, muitas vezes chamados de frequências "feias", mas que fazem toda a diferença em uma mix. Obviamente, a regulagem muda de situação para situação, e o uso dos médios também.
Para aqueles que gostam de pesquisar timbres, uma boa pedida é ouvir o Tony Levin, baixista que toca com o Peter Gabriel. Um verdadeiro cientista do baixo, sempre com idéias super diferentes em cada música que toca, tanto de execução como de timbragem.
Abraço,
Claudio

Comentários

Daniel disse…
Show de bola, Claudio. Eu sou muitas vezes criticado na igreja quando uso o baixo com muito médio, mas quando o som mistura, fica bem destacado, pois outros instrumentos fazem notas graves que embolariam com o baixo gravão... excelente dica.

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