Natan...

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A "culpa" é do Maguinho.
Estava com a Angela passeando no Shopping, quando o celular tocou. Era o Maguinho do outro lado da linha: "Então, vai ter um show do Natan Marques na semana que vem. Você não gostaria de tocar?". Conhecia o Natan só de ouvir falar, como aquele que acompanhou a Elis Regina por vários anos, e o Maguinho sempre me falava sobre os shows que eles faziam de música instrumental.
Para variar, bateu aquele medo. Depois de perguntar umas mil vezes para o Maguinho se eu daria conta do recado, fui convencido de que estava tudo ok.
Passei no prédio do Natan para pegar um CD e as partituras, e comecei a estudar que nem louco as músicos. É engraçado, mas sempre tenho uma sensação de que vou errar tudo, e então começo a entrar numa "nóia", mas tenho procurado tirar vantagem disso, me aplicando o mais que puder nos meus trabalhos.
Fui para o ensaio na casa do Maguinho, nervoso como de costume. Ser a "carne fresca" no meio de pessoas que já tocam junto há algum tempo sempre tem um quê de tensão no ar, mas os caras foram muito relax. O ensaio transcorreu sem problemas, o que me deixou bem mais tranquilo para o dia o show.
O show foi muito bom, graças a Deus. Quando terminou, o Natan me falou que iriam ter um outro show na semana seguinte, e se eu não gostaria de tocar de novo com ele. Obviamente, eu topei.
Para resumir a história, que aconteceu em 2004, tenho acompanhado o Natan em alguns de seus projetos desde então. Me considero um privilegiado em tocar com um músico desse nível, e com uma história como a dele, mas fico mais contente em tê-lo hoje como meu amigo, que abriu as portas de sua casa para mim (e algumas garrafas de vinho também). Uma pessoa simples e generosa, a ponto de me emprestar um Fender Jazz Bass super antigo, simplesmente porque "instrumentos são para ser tocados, e não guardados no armário". Amigos assim fazem a vida valer a pena.
Grande Natan...
Abraços
Claudio