De Tempos em Tempos

Minha esposa faz uma cara de espanto quando digo a ela o tempo que demorei para gravar a base de uma música:
"Como assim? 5 horas? Que absurdo!"

Isso me fez pensar em como algumas pessoas entendem o processo de gravação. Algumas delas (incluindo minha esposa) devem fazer a seguinte conta, a partir do momento em que chego no estúdio:

  • montar o equipamento = 7 min;

  • ouvir a música = 5 min;

  • gravar a música = 5 min;

  • corrigir erro = 2 min;

  • desmontar equipamento = 5 min (é a pressa de ir embora);

  • TOTAL: 24 minutos

Pode parecer redundante dizer, mas essa parte da música não é muito matemática, simplesmente não existe regra para isso. Já gravei 10 faixas em 2 horas, e 1 faixa em 5 horas, é algo que depende de vários fatores: tipo de produção, arranjo, sonoridade, se a idéia já vem pronta ou precisa ser desenvolvida, se a gravação é de base ou overdub, etc.

Por outro lado, também não é correto qualificar uma gravação pelo tempo gasto. Já gravei trabalhos bons muito rapidamente, enquanto outros levaram mais tempo. Nem por isso um é melhor que o outro, nem mais "enroscado". São simplesmente processos diferentes. O tempo gasto não é sinônimo de qualidade da produção. Nem dos músicos. Pode-se demorar um tempo para desenvolver o arranjo no estúdio, e na hora de gravar, tudo fica pronto no primeiro take.

Claro, existem gravações que demoram muito e são enroscadas, as famosas "sessions from hell". Todo músico de estúdio que se preze tem alguma dessas para contar, mas é raro ouvir que se esteve numa gravação do inferno somente por causa da demora.

Bom, acho que é isso, até porque já gastei muito tempo nessa postagem...

Abraço,

Claudio

Comentários

Vlad Carvalho disse…
Taí o post rapido e de gde qualidade. rsrs

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