O Osso
Conversando ontem com um amigo, lembrei dessa história do século passado…
O ano foi 1999. Fui chamado para gravar em estúdio novo, que também era um selo musical, indicado por um colega de profissão.
O responsável foi direto ao ponto: "Se você gravar por X reais (valor baixíssimo), iremos chamar você para todos os nossos trabalhos. Porque, você sabe, nossas produções tem muito pouca grana, mas quando tivermos uma verba melhor, sempre aumentaremos o cachê. Você rói o osso, porque na hora em que tiver filé, você come também!"
Como um músico no início de carreira, e sempre na esperança de dias melhores, aceitei sem pensar 2 vezes. Gravei um bom tempo naquele lugar, sempre com cachês baixíssimos, porque as produções nunca tinham verba. Tudo bem que alguns artistas vinham só com roupas de griffe e morassem em Miami, mas o nosso cachê era sempre o mesmo.
Gravei mais um CD para os caras, e 2 dias depois o produtor me liga com o seguinte pedido: "Claudião, eu tô precisando de um guitarrista para gravar aquele CD que a gente fez anteontem. Mas não pode ser um guitarrista qualquer, eu quero um guitarrista bom, um guitarrista caro, para fazer uma onda mais pop!" (não é invenção, essas foram as palavras do cidadão).
A luz acendeu quase que na hora, e resposta veio antes que percebesse: "Ah! Quer dizer então que a gente cobra baratinho porque nunca tem verba, mas quando ela aparecesse você chama outro músico… bacana…"
É uma coisa interessante ouvir alguém que, pego com as calças na mão, tenta justificar o óbvio. As frases começam, mas nunca terminam: "Pô que é isso… veja bem… acho que você está equivocado… ahh… não, é que…", e por aí vai, frases desconexas que preenchem o tempo, e não explicam nada. Ou melhor, explicam absolutamente tudo, que poderia ser resumido na pequena frase:
"O osso é para você".
Vivendo e aprendendo…
Abraço,
Claudio
O ano foi 1999. Fui chamado para gravar em estúdio novo, que também era um selo musical, indicado por um colega de profissão.
O responsável foi direto ao ponto: "Se você gravar por X reais (valor baixíssimo), iremos chamar você para todos os nossos trabalhos. Porque, você sabe, nossas produções tem muito pouca grana, mas quando tivermos uma verba melhor, sempre aumentaremos o cachê. Você rói o osso, porque na hora em que tiver filé, você come também!"
Como um músico no início de carreira, e sempre na esperança de dias melhores, aceitei sem pensar 2 vezes. Gravei um bom tempo naquele lugar, sempre com cachês baixíssimos, porque as produções nunca tinham verba. Tudo bem que alguns artistas vinham só com roupas de griffe e morassem em Miami, mas o nosso cachê era sempre o mesmo.
Gravei mais um CD para os caras, e 2 dias depois o produtor me liga com o seguinte pedido: "Claudião, eu tô precisando de um guitarrista para gravar aquele CD que a gente fez anteontem. Mas não pode ser um guitarrista qualquer, eu quero um guitarrista bom, um guitarrista caro, para fazer uma onda mais pop!" (não é invenção, essas foram as palavras do cidadão).
A luz acendeu quase que na hora, e resposta veio antes que percebesse: "Ah! Quer dizer então que a gente cobra baratinho porque nunca tem verba, mas quando ela aparecesse você chama outro músico… bacana…"
É uma coisa interessante ouvir alguém que, pego com as calças na mão, tenta justificar o óbvio. As frases começam, mas nunca terminam: "Pô que é isso… veja bem… acho que você está equivocado… ahh… não, é que…", e por aí vai, frases desconexas que preenchem o tempo, e não explicam nada. Ou melhor, explicam absolutamente tudo, que poderia ser resumido na pequena frase:
"O osso é para você".
Vivendo e aprendendo…
Abraço,
Claudio
Comentários
desculpe, foi o que li nas entrelinhas.
Forte abraço, Claudio.
Abraço, Anônimo